terça-feira, 2 de junho de 2009

A Doença Silenciosa

Marina aguarda no consultório oftalmológico, pois apresenta um transtorno visual. Sua espera foi demasiadamente extensa, de vários anos. É que o motivo da visita ao especialista não é somente ocular, mas sim uma complicação do Diabetes Mellitus, um mau que ela ainda não sabe que sofre há muito tempo.

Ela não é a única a se encontrar nessa situação. "A metade das pessoas com Diabetes Mellitus desconhece padecer da doença; portanto, não a controla, nem trata", conclui um estudo publicado pela Associação Latinoamericana de Diabetes. Nos Estados Unidos, ao contrário, somente um terço dos afetados não é diagnosticado.

A ignorância traz estragos no corpo e tem um antídoto disponível. "A educação é fundamental", reforça o Dr. Mario Carlos Basile, diretor médico da Liga Argentina de Proteção ao Diabético. "Deve-se fornecer a maior quantidade de informação sobre o tema. Se a pessoa possui antecedentes familiares da doença, hipertensão, obesidade, níveis elevados de colesterol, convém realizar um exame anualmente, adverte.

Se o número de pessoas predispostas é pequeno, os candidatos a apresentar essa doença não são poucos: cerca de 6% da população adulta na América Latina divide-se em Diabetes tipo 1 e tipo 2. Este último representa a maioria dos casos, 90%. "O Diabetes tipo 1 manifesta-se claramente desde o começo, com os sintomas clássicos: aumento da sede, maior volume urinário, perda de peso, debilidade e aumento do apetite.

Porém, o Diabetes tipo 2, apresenta evolução insidiosa, não dá sinais, nem chama tanto a atenção para quem não está alerta", descreve o especialista do Serviço de Diabetes do Hospital das Clínicas "José de San Martín", de Buenos Aires.

A falta de informação somada às características de baixa representatividade, na maioria dos casos, leva à demora para procura a um especialista.

"Uma alteração visual, uma infecção reincidente, problemas de potência sexual masculina podem ser as complicações que motivam a consulta de um diabetes já com 5 anos de evolução", destaca.

Um simples exame de rotina evitaria muitas dores de cabeça.

"Trata-se de medir a glicose no sangue, uma vez que o Diabetes é produzido por uma alteração no seu metabolismo. Este açúcar é a principal fonte de energia, porém, é mal utilizado, quando há um defeito total ou parcial da insulina, o hormônio produzido pelo pâncreas, que controla o metabolismo da glicose."

De maneira silenciosa e persistente, este excesso de açúcar no sangue mina o organismo e pode levar a resultados desastrosos. Tal como demonstram as estatísticas: o diabetes é a primeira causa de cegueira não traumática no mundo, resulta um dos principais motivos de amputações de membros inferiores por complicações do pé diabético e é cofator de arteriosclerose, com todas as conseqüências, como infarto do miocárdio e outras.

Primeiro, o Diagnóstico

Se o antigo ditado diz que, em saúde, é melhor prevenir que remediar; "no diabetes o controle é vida", pregam as campanhas educativas sobre essas doença crônica na Argentina. Nem todos conseguem levar ao pé da letra o conselho.

"20 a 30% daqueles que conhecem seu diagnóstico não realizam nenhum tipo de controle clínico-laboratorial ou tratamento da sua doença. Além disso, 68% dos diagnósticos são feitos ocasionalmente, freqüentemente como conseqüência de manifestação clínica de uma de suas complicações crônicas", mostram dados publicados na revista da Associação Latinoamericana de Diabetes sobre a região.

Por casualidade ou não, aquele diabético que foi detectado tem muito o que fazer. "Um tratamento que se apoia sobre 4 pilares: um plano alimentar, atividade física, medicação e um programa educativo", enumera o Dr. Basile.

Com uma equipe de especialistas formada por médicos clínicos, nutricionistas, diabetólogos, cardiologistas e especialistas em pé, o atendimento é feito de maneira individualizada a cada paciente.

Neste trabalho, o paciente, longe de apenas assistir, participa. E mais, é responsável pelo autocontrole.

A dieta não é mais o que era antigamente. "Com respeito às restrições, mudou-se o critério, hoje existe margem para a ingestão de alimentos que eram considerados proibidos.

O tema é a quantidade e a qualidade", enfatiza. Em linhas gerais, considera-se que o açúcar refinado e tudo que dele derive deve ser restringido. "Porém, pode-se consumir um pudim combinado com outro alimento após uma atividade física", exemplifica.

O plano alimentar é estritamente individual, bem como o de atividades físicas. "Caminhar por pelo menos 30 minutos é o mais conveniente. O esporte mais completo? A natação, responde.

Estas possibilidades variam segundo cada caso e suas possibilidades. Como o trabalho muscular leva a um rápido consumo de açúcar deve-se conciliar os horários dedicados ao esporte e as quantidades de alimentos ingeridos por essa ocasião, pois, senão, pode haver uma mudança de um estado hiperglicêmico para um hipoglicêmico", adverte.

O conselho é manter o nível de glicose dentro dos valores normais. "Quando os níveis glicêmicos estão acima de 180 a 200 mg%, existem maiores possibilidades de complicações a longo prazo", explica.

A ciência através de medicação oral ou injetável de insulina brinda seu apoio no cuidado com essa doença, enquanto estuda diversas correntes de pesquisa para melhorar ainda mais as condições de vida do diabético.

Muito há que ser feito se levarmos em conta que, em princípios de 1900, um diabético morria em 6 meses a 1 ano. Décadas mais tarde, em 1922, conseguiu-se obter insulina, e, desde então, a medicina não tem deixado de aperfeiçoar as ferramentas.

"Em todo tratamento é muito importante o programa educativo para que o paciente compreenda o por quê e o para que da dieta e da atividade física. Completa-se com a terapia, sendo a qualidade de vida tão boa quanto a de um não-diabético", conclui.

Poluição pode contribuir para o aumento dos casos de doença hepática

01 de junho de 2009 (Bibliomed). Alguns poluentes podem estar contribuindo para o crescimento do número de casos de doença hepática, segundo pesquisadores da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos. De acordo com os especialistas, um terço dos adultos americanos apresentam sinais de doença no fígado não-causada pelos fatores de risco tradicionais, como abuso de álcool e hepatite viral.


Enquanto a obesidade permanece sendo o principal causador do aumento dos casos, um estudo com 4,5 mil pessoas indicou que a poluição ambiental também pode cumprir um papel na doença. "Nosso estudo mostra que alguns desses casos podem ser atribuíveis à poluição ambiental, mesmo após ajustar para a obesidade, que é outro importante fator de risco para doença hepática", destacou o pesquisador Matthew Cave, líder do estudo.


Analisando amostras do fígado dos participantes quanto à exposição a 111 poluentes comuns, incluindo chumbo, mercúrio e pesticidas, os pesquisadores descobriram esses poluentes em pelo menos 60% dos voluntários que tinham anormalidades nas enzimas hepáticas. E essa associação permanecia significativa após considerarem obesidade, diabetes, raça, sexo e renda.


"Esses resultados indicam que pode haver um inesperado papel anterior para a poluição ambiental no aumento da incidência de doença hepática na população dos EUA; e, claramente, mais trabalhos precisam ser feitos", destacou o autor.


Há cerca de 90 formas de doença hepática – 10ª principal causa de morte nos Estados Unidos – incluindo hepatite, cirrose e fígado gorduroso. E os casos estão em crescimento nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, acompanhando o aumento das taxas de obesidade, que pode atrapalhar a função hepática.


Fonte: Digestive Disease Week. 30 de maio de 2009.

Leite ótimo alimento para sua saúde

Brasileiros precisam beber mais leite, alertam especialistas

02 de junho de 2009 (Bibliomed). Nutricionistas afirmam que a dieta dos brasileiros deixa a desejar com relação ao consumo diário de cálcio. E diversos estudos apontam para uma grande deficiência na ingestão do nutriente, potencializada pelo não cumprimento das recomendações sobre lácteos do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006 pelo Ministério da Saúde.

"No Brasil, consome-se uma quantidade de cálcio três vezes abaixo da quantidade diária recomendada internacionalmente" explica Valéria Bargela, do Departamento de Nutrição do Colégio Faria Brito, em São Paulo.

O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda a ingestão diária de três copos de leite ao dia, já que esse ingrediente é a melhor fonte natural de cálcio. O consumo regular ajuda na formação e na manutenção da estrutura dos ossos, evitando doenças como a osteoporose, o câncer e a obesidade. No corpo, o cálcio fica nos ossos ou vai para corrente sanguínea, sendo utilizado em processos do metabolismo, como contração ou relaxamento dos músculos.

De acordo com o Guia, o valor recomendado para o consumo diário de cálcio varia conforme a idade e as fases da vida. Até os 30 anos, há formação óssea do corpo; até os 50 anos, há um equilíbrio entre manter e ganhar massa óssea; enquanto, depois dos 50, perde-se mais do que se mantém.

Um estudo da pesquisadora Mariana Danelon, da USP de Piracicaba, realizado em escolas públicas municipais e estaduais de Campinas, incluindo 300 adolescentes de dez a 14 anos, aponta que 90% deles têm deficiência de cálcio na dieta. E o preocupante é que, nessa fase, até o final da adolescência, é estocado mais de 90% de todo o cálcio usado ao longo da vida.

"A falta de cálcio na alimentação dos jovens é uma realidade que também retrata a situação de muitas cidades brasileiras. Normalmente, na infância e adolescência, a ingestão diária de cálcio deve ser de 1300 ml, quando o cálcio fica no osso. Já na vida adulta, de mil a 1200 ml. Infelizmente, a realidade brasileira é de, em média, 700 ml, comprometendo a saúde e possibilitando a propagação de importantes doenças originárias dessa insuficiência", explica a especialista.

Fonte: Assessoria da Dra. Mariana Danelon. Press release. 01 de junho de 2009

Boa Saúde

Anemia aumenta o risco de morte em pacientes com insuficiência cardíaca

02 de junho de 2009 (Bibliomed). Um estudo recentemente publicado na revista científica Congestive Heart Failure indica que a presença de anemia em pacientes com insuficiência cardíaca crônica pode aumentar os seus riscos de morte. Além disso, segundo os autores, a anemia estaria associada a um pior grau da função ventricular esquerda e menor fração de ejeção ventricular esquerda – medidas objetivas do funcionamento do coração.

A insuficiência cardíaca é uma séria doença crônica, e um grande número de pacientes com essa condição também apresentam anemia, que representa, de certa forma, uma consequência da função cardíaca ruim.

Avaliando dados da literatura publicada sobre o impacto da anemia no problema cardíaco, incluindo mais de 97 mil pacientes com insuficiência cardíaca crônica, os pesquisadores descobriram que, quando a anemia ocorre, ela piora o prognóstico do paciente, aumentando suas chances de ser hospitalizado ou morrer.

Segundo o pesquisador Lexin Wang, um dos autores do estudo, mesmo com os tratamentos atuais, a taxa de mortalidade permanece alta entre pacientes com insuficiência cardíaca crônica, alcançando 40% em pacientes muito doentes.

"Profissionais de saúde precisam melhorar as práticas atuais para melhor tratar a anemia em pacientes com insuficiência cardíaca crônica", destacou o especialista. Por causa da clara associação entre as duas condições, o tratamento da anemia, combinado com outras terapias para insuficiência cardíaca, poderia reduzir mortalidade e melhorar o prognóstico dos pacientes.

Fonte: EurekAlert. Public release. 28 de maio de 2009.