Brasileiros precisam beber mais leite, alertam especialistas
02 de junho de 2009 (Bibliomed). Nutricionistas afirmam que a dieta dos brasileiros deixa a desejar com relação ao consumo diário de cálcio. E diversos estudos apontam para uma grande deficiência na ingestão do nutriente, potencializada pelo não cumprimento das recomendações sobre lácteos do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006 pelo Ministério da Saúde.
"No Brasil, consome-se uma quantidade de cálcio três vezes abaixo da quantidade diária recomendada internacionalmente" explica Valéria Bargela, do Departamento de Nutrição do Colégio Faria Brito, em São Paulo.
O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda a ingestão diária de três copos de leite ao dia, já que esse ingrediente é a melhor fonte natural de cálcio. O consumo regular ajuda na formação e na manutenção da estrutura dos ossos, evitando doenças como a osteoporose, o câncer e a obesidade. No corpo, o cálcio fica nos ossos ou vai para corrente sanguínea, sendo utilizado em processos do metabolismo, como contração ou relaxamento dos músculos.
De acordo com o Guia, o valor recomendado para o consumo diário de cálcio varia conforme a idade e as fases da vida. Até os 30 anos, há formação óssea do corpo; até os 50 anos, há um equilíbrio entre manter e ganhar massa óssea; enquanto, depois dos 50, perde-se mais do que se mantém.
Um estudo da pesquisadora Mariana Danelon, da USP de Piracicaba, realizado em escolas públicas municipais e estaduais de Campinas, incluindo 300 adolescentes de dez a 14 anos, aponta que 90% deles têm deficiência de cálcio na dieta. E o preocupante é que, nessa fase, até o final da adolescência, é estocado mais de 90% de todo o cálcio usado ao longo da vida.
"A falta de cálcio na alimentação dos jovens é uma realidade que também retrata a situação de muitas cidades brasileiras. Normalmente, na infância e adolescência, a ingestão diária de cálcio deve ser de 1300 ml, quando o cálcio fica no osso. Já na vida adulta, de mil a 1200 ml. Infelizmente, a realidade brasileira é de, em média, 700 ml, comprometendo a saúde e possibilitando a propagação de importantes doenças originárias dessa insuficiência", explica a especialista.
Fonte: Assessoria da Dra. Mariana Danelon. Press release. 01 de junho de 2009
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